O presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Francisco Jr., e o superintendente de Projetos e Novos Negócios, Paulo Araújo, mediaram, na tarde de terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, o Porto de Suape, e o presidente do Conselho de Infraestrutura da Fieg, Célio Eustáquio de Moura, junto com sua equipe. O encontro teve como tema um dos tópicos mais estratégicos para o desenvolvimento do estado: os corredores logísticos.

“Com o fim dos incentivos fiscais previsto para 2032, precisamos unir esforços para criar vantagens comparativas que não só atraiam novas empresas para o estado, mas também fidelizem aquelas que já estão aqui e perderão o benefício”, ressaltou Francisco Jr., destacando a importância de vias eficientes para o escoamento da produção goiana, o que reduziria custos e tornaria os produtos de Goiás mais competitivos no mercado.

Essa é a proposta de Rinaldo Lira, diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária do Porto de Suape, que apresentou as vantagens do complexo portuário, destacando a diferença de tempo para embarque e desembarque de carga em comparação a outros portos brasileiros. Em Pernambuco, a média de espera é de 23 horas, enquanto em outros terminais a demora pode chegar a 40 ou 50 horas.

Lira também falou sobre a nova rota inaugurada recentemente, que conecta a costa nordestina aos portos asiáticos, com paradas no Caribe e na América Central. Essa linha direta, chamada Serviço Santana, realiza o percurso pelo Oceano Pacífico e Canal do Panamá, com uma média de 23 dias de viagem até Singapura e outros importantes portos da Ásia.

A novidade impressionou o dirigente da Fieg, que ressaltou a necessidade de compensar a distância entre Goiás e os portos com outras soluções logísticas que proporcionem economia, como os corredores logísticos mais eficientes e de menor custo para o produtor.

Na segunda parte da reunião, Paulo Araújo apresentou o projeto para a construção de um pátio de triagem de caminhões no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), que está na fase de estudos de viabilidade para construção, operação e manutenção. A proposta é agilizar o fluxo de cargas e descargas, reduzir o tempo de espera dos motoristas e melhorar a organização e produtividade na região.

De acordo com um levantamento realizado pela Codego, o Daia recebe cerca de 450 caminhões de carga por dia. Esses veículos demandam não apenas áreas para estacionar, mas também serviços como segurança, borracharia, áreas de convivência e postos de combustível. O projeto está sendo coordenado pela Codego e pela Companhia de Investimentos e Parcerias do Estado de Goiás (Goiás Parcerias).

A parceria entre a Codego e o Porto de Suape começou em abril do ano passado, quando uma comitiva da Codego visitou o porto, um dos maiores e mais movimentados do Brasil. “A Codego nos apadrinhou em Goiás”, afirmou Rinaldo Lira, destacando como essa colaboração se estreitou ao longo do último ano. “Sem a Codego, essa pauta não existiria.”

Partiparam da reunião, Bruno César e Evandro Moura, diretores do Grupo Agemar que é uma Holding especializada em infraestrutura e Logística que também atuam no Porto de Suape como operadores portuários, debatendo sobre as oportunidades e alternativas no escoamento de grãos do Centro-Oeste, por uma rota alternativa; além do presidente do Conselho da Agroindústria da Fieg, Marduk Duarte, e dos assessores da entidade Heverton Eustáquio e Leandro Godin.